segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Salar de Uyuni

Os últimos acontecimentos foram tão impactantes que acabei esquecendo de escrever sobre a viagem ao Salar de Uyuni.

Foi fantástico. Acho que nunca na vida uma sequência de paisagens tão impressionante. Imagens lindas e inusitadas. Uma completamente diferente da outra. Não sei como é possível em tão pouco espaço.

A viagem ao Salar passa, na verdade, apenas o primeiro dia no Salar. É inacreditável. Nesta época do ano, o salar está cheio de água da chuva, formando um espelho razinho que vai até o horizonte. O resultado é que há dois horizontes e dois céus. Impressionante. E lindo. A primeira parada dá pra entender o que e o salar. O branco e o espelho d`água acabam com a noção de perspectiva - não dá pra saber direito o que é perto ou longe (nas fotos dá pra fazer várias brincadeirinhas).

Nossa excursão foi uma das poucas que encontramos que topavam ir até o meio do salar - la Isla del Pescado - com o salar cheio. Vamos em um 4X4 velhlhinho, mas com cara de guerreiro. Seis turistas - Eu, Gui, um casal sueco e um casal inglês - o motorista (ou melhor, guia, motorista e mecânico, como ele mesmo explicou) e a cozinheira, esposa do motorista. Dá pra ver que o conforto será mínimo. Rapidamente dá para entender porque a maioria das excursões (que têm carros mais novos) não quer ir até o meio do salar. Navegamos um mar de mais ou menos 20 centímetros de agua super salgada. Os vidros e toda a lataria do carro vão, aos poucos, ficando brancos. O camarada entra no salar, toma uma direção e segue, aparentemente sem nenhum ponto de referência. Anda umas duas horas em direção ao nada e chega à Ilha. É uma ilha mesmo. O Salar era um lago e a ilha já devia ser ilha. Uma morro vulcânico, coberto de cactos gigantes. Faz um contraste impressionante com o branco do salar.

Esse parte é um pouco mais alto e não há mais água, então dá pra entender como deve ser o salar na estação seca. Mais branco, mais infinito... Vê-se um vulcão com o topo nevado ao fundo.

Dizem que a melhor estação para visitar é o inverno, quando está seco, mas eu discordo. Tivemos as duas experiências, com e sem água. Depois do almoço seguimos... mais paisagens. Dormimos em Colcha-K, já fora do salar.Um Pueblozito que, no dia 4, ainda estava comemorando o Ano Novo. Uma Peña pela rua (tipo um bloco de carnaval) e festa no ginásio, que ouvimos até às 5 da manha.

No dia seguinte, seguimos para as "lagoas com flamingos". No caminho, o segundo pneu furado (foram 3 ao todo). Chegar à lagoa é incrível. Água completamente verde, a lagoa na base de um vulcão extinto e, como prometido, os flamingos. Lindo!

Depois dessa, serão mais três lagoas nesse dia. A última e mais esperada, a Laguna Colorada, é vermelha. Vermelha mesmos, não é photoshop! Fica a 4 mil e tantos metro de altitude e faz bastante frio. Tem milhares de flamingos e, caminhando na margem, nos misturamos a um rebanho de llamas. Oh bicho simpático! Meio esquisito, é verdade, mas muito simpático. Dormimos em um alojamento dentro do parque nacional.

Na manha seguinte acordamos às 4 para ir ao campo de Gueisers ver ´las fumarolas´ antes do nascer do sol. Até os suecos reclama do frio - menos dez, sem exagero. o vapor congela na parte de dentro dos vidros do carro. Mais imagens impressionantes.

Ao meio-dia deveríamos seguir para San Pedro de Atacama, no Chile, mas o ônibus já tinha saído. Mesmo com tudo contratado e combinado previamente, eu e Guilerme somos deixados no meio do nada - perto de mais uma lagoa deslumbrante, com um vulcão soberbo - com a promessa, muito duvidosa, de que um camarada da empresa de ônibus nos daria uma "carona" quando voltasse para casa. Esse é o padrao de qualidade boliviano para os serviços. Felizmente deu tudo certo, porque eu já estava imaginando como matar um flamingo para o jantar.

Apesar dos perrengues - não contei nada - foi, de longe, a melhor parte da viagem até agora. Tenho que postar fotos!

2 comentários:

  1. Tens que postar fotos, concordo. Quando chegar no Brasil te dou umas dicas de como matar um flamingo, com a condição de que você mande logo uma fotografia dessa lagoa vermelha, que deve ser uma beleza, e das simpáticas lhamas que, apesar de esquisitas, devem ser fotogênicas. Todos aqui te mandam beijos.

    ResponderExcluir
  2. Fantástico Johnny!!
    Aguardo as fotos. Acredito que com seus dotes culinários o flamingo sairia, no mínimo, bem razoável. Ainda que o único tempero disponível seja sal. Às toneladas.

    Um grande abraço,

    Pedro Diogo

    ResponderExcluir