quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Potosí - Uyuni



Essa viagem foi no dia 2 de janeio, mas só agora consigo postar. É que em San Pedro, "la tarifa no hace gracia". Vou bagunçar a ordem dos posts desta viagem. Vim de Potosí para Uyuni, daí para San Pedro de Atacama e daí para Arica (litoral do Chile).

Sobre o caminho Potosí Uyuni, continuo aquilo que dizia antes sobre a "nossa sensibilidade": só conseguimos entender, achar graça, desejar, gostar aquilo que temos os termos para entender. Assim é que minhas aulas de geologia e geomorfologia de muitos anos atrás fizeram da paisagem da estrada Potosi-Uyuni um acontecimento maravilhoso. Não me pecam para explicar o significados das formas e os processos geológicos explicitados naquelas sequências geniais de camadas superpostas, dobramentos, fraturas e registros de erosão e deposição que povoavam o caminho. Mesmo que eu fosse um ótimo geólogo não poderia dar coerência a essa história toda só olhando da janela do ônibus, mas não importa. Adorei o que vi. É um barato ver a transiçao entre as paisagens numa descida de quase 2 mil metros, ainda mais com uma geologia tão explícita, onde as dobras nas camadas das rochas como que relembram a força daquelas montanhas. Tao impressionante com a gente que vive por alí. Vivem em uns pueblecitos mínimos; às vezes pedem para que o ônibus are no meio do nada - do nada mesmo e explicam que sua casa fica uns 6 kilômetros naquela direção. E aí vão eles, com malas, sacos de comida, toneladas nas costas.

Pra variar o ônibus era horrível. E um cheiro de cocô que nos acompanhou toda a viagem - além de dois franguinho que o menino do banco de trás trazia em uma caixinha. Antes de embarcar uma cena bonita: Um Cholita, com uma carrocinha em que vendia pêras, chega para outra e puxa papo em Quechua. Fiacam ali, ente uma frase e outra, se aproximando. Até que a primeira dá algumas perinhas à outra. Continuam a conversa... Um bocado depois, a segunda pega no seu carrinho (que eu ainda não tinha reparado) uns biscoitinhos e dá à primeira. Várias risadas!

Em Uyuni o cheiro de cocô ainda nos acompanhava .... era o meu sapato!

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